A cosmovisão cristã sobre a parentalidade consciente.
Parentalidade Consciente é exercício da atividade de pai e mãe de uma forma consciente, tendo a percepção de si mesmo e da criança de forma mais autêntica, respeitosa e amorosa.
Conhecer a si mesmo é o segredo da consciência. O grande desafio de muitos pais é liderarem a educação e resolução de conflitos com seus filhos sem antes se conhecer melhor e resolver lacunas deixadas na sua própria infância.
Paternidade não é projetar nossos sonhos e suprir nossas necessidades em nossos filhos. Uma paternidade consciente nos levará a olhar para nós mesmos em primeiro lugar, tratar nossas dores e entender que agora deixamos o lugar de criança e passamos a ser o adulto.
Quando nos conhecemos melhor conseguimos nos colocar no lugar da criança – o que gera empatia e conexão. Assim conseguimos respeitar melhor sua individualidade, perceber suas necessidades e (re)conhecer sua personalidade. Só conseguimos respeitar o outro quando temos primeiro o respeito por nós mesmos.
A paternidade é um dos trabalhos mais difíceis, se não o mais difícil, que Deus nos deu. A Bíblia nos diz que as crianças são uma bênção e um presente para os pais, mas há momentos em que ficamos confusos e preocupados por não estarmos fazendo o que é certo. Embora os livros para pais possam ser úteis e dar conselhos bíblicos sobre tópicos e lutas específicas, é a Palavra de Deus que pode nos oferecer sabedoria e incentivo.
Vamos trabalhar aqui alguns passos para a Parentalidade Consciente dentro de uma perspectiva bíblica:
1. Se coloque no lugar de filho.
Nunca conseguiremos compreender e viver a grandeza e a profundidade da Palavra de Deus sem antes experimentarmos o poder de sermos feitos filhos de Deus (João 1:12).
Quando aceitamos e experimentamos este poder, permitimos que Ele cure nossas feridas, que supra nossas necessidades e carências.
Reconhecer a paternidade de Deus é o primeiro passo para o sucesso da paternidade.
2. Seja o exemplo.
O maior conselho do que devemos ensinar às nossas crianças é amar à Deus acima de todas as coisas (Deuteronômio 6;5-7). Instruir a criança não é dizer a ela o que dever ser feito, mas ser um exemplo, um guia, um tutor, mostrar como se faz. Suas ações falarão muito mais do que suas palavras. Permita que ela te veja amar à Deus nas suas ações diárias.
3. Se coloque no lugar da criança.
Só conseguimos de fato nos colocar no lugar do outro quando somos bem resolvidos, quando sabemos quem somos, nosso valor e o quanto somos amados.
A empatia é uma das habilidades mais poderosas que o ser humano possa ter. Na paternidade ela nos permite perceber as necessidades dos nossos filhos e respeitá-los na sua individualidade. Traga-os para perto ao invés de afastá-los (Mateus 18:2).
4. Perceba o comportamento e não erro.
Que necessidades estão por trás deste comportamento? O que a criança está tentando comunicar? O objetivo é a instrução e não a punição. Isso não quer dizer que a criança não tenha consequências diante das suas ações incoerentes, mas é necessário entendermos se as instruções foram claras, se a criança entendeu o que lhe foi ensinado, se o que se pede está de acordo com sua idade.
A disciplina executada em amor traz crescimento (Hebreus 12:7-11).
Enfim, paternidade consciente significa ser sua melhor versão. Não estamos falando de perfeição, nem por parte dos pais nem das crianças. Sua melhor versão significa compartilhar suas emoções, falhar e se desculpar, não se culpar pelos erros, mas aprender com eles, reconhecer diante dos filhos que até mesmo os pais não sabem de tudo, mas que podemos confiar em Deus e em seu amor que dura para sempre (Salmo 136:1).
Seja o melhor pai/mãe que você pode ser!
Um abraço,
Nohemy